Acontecem quando o corpo experimenta níveis de corrente elétrica que alteram suas funções eletrofisiológicas ou causam lesão nos tecidos.
Mais comuns no domicílio e o no local de trabalho, em contato com fontes comerciais de energia elétrica: 90% com homens de 20 a 34 anos; 7% das mortes por AT; amputações de extremidades
CONCEITOS BÁSICOS
A eletricidade é uma forma de energia que pode fluir entre dois pontos (corrente elétrica), desde que entre eles exista uma diferença de potencial elétrico, ou seja, desde que um deles esteja mais carregado de energia elétrica do que o outro. A corrente elétrica flui com maior facilidade através de materiais específicos (condutores) se houver um caminho completo para que se processe o fluxo (circuito). Se este é interrompido em qualquer ponto por um material não condutor (isolante), o fluxo da eletricidade não se processa. Se entre os dois pontos considerados não existir um condutor adequado, a corrente elétrica ainda assim poderá fluir, desde que a diferença de energia seja muito grande (o raio é uma descarga elétrica que cruza o ar, considerado isolante, quando se estabelece grande diferença de carga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e a terra).
São condutores a água, principalmente com eletrólitos diluídos, a maioria dos metais e os seres vivos. Nestes, a condutividade elétrica varia de tecido para tecido, sendo tão maior quanto maior seu teor de água (maior no sangue, nos músculos e nos nervos do que nos ossos e na pele – a pele úmida é boa condutora).
São isolantes o ar seco, a madeira seca, os plásticos, a borracha.
A terra, eletricamente nula em relação a qualquer fonte de energia elétrica, funciona como receptor de eletricidade. Qualquer fonte de eletricidade tende a se descarregar na terra, desde que com esta se estabeleça um circuito. Como exemplo, as recentes e graves lesões em operações de manutenção da rede elétrica viva e ao contrário, o pássaro pousado nos cabos eletrificados suspensos da rede elétrica, sem sofrer qualquer descarga elétrica.
A terra molhada funciona como um condutor. Assim, quando várias pessoas estão trabalhando com uma fonte de energia elétrica em região molhada pela chuva, um acidente envolvendo uma delas pode transferir a corrente elétrica às demais.
Eletroplessão/eletrocussão: morte ocorrida em conseqüência de descarga elétrica.
Alta tensão (voltagens acima de 220 V) e baixa tensão (igual ou abaixo de 220 V). Há correntes elétricas que sempre fluem num mesmo sentido (corrente contínua) e correntes que alternam seu sentido (corrente alternada).
Não existe fonte de eletricidade absolutamente inócua. Mesmo a baixa voltagem que alimenta as residências pode provocar um acidente fatal numa pessoa cuja resistência à eletricidade esteja diminuída, por exemplo, por estar com o corpo molhado.
BAIXA VOLTAGEM (<1000 V) grande risco de ELETROCUSSÃO por PC (contato prolongado - espasmo muscular) fluxo de eletrólitos transmite a corrente pelo corpo, gera calor e produtos químicos tóxicos
ALTA VOLTAGEM (>1000 V) lesões teciduais extensas; 3 - 4 % das internações por queimaduras
o arco elétrico atrai o corpo ao campo energético; altíssima temperatura (queimaduras ou ignição tecidual)
EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA SOBRE O ORGANISMO
Dependentes de vários fatores:
Condutividade dos tecidos corporais. Exemplo: uma pessoa molhada está sujeita a um acidente mais grave e até fatal, mesmo com baixa voltagem, porque a resistência de seu corpo diminui, o que permite uma corrente mais intensa circular por ela.
Intensidade da corrente: diretamente proporcional à voltagem ou à tensão (quanto maior a tensão, maior a corrente que circula no circuito) e inversamente proporcional à resistência oferecida pelo circuito (quanto maior a resistência, menor a corrente).
Circuito percorrido no corpo. Exemplo: no circuito de um a outro dedo da mesma mão, a lesão é limitada aos dedos envolvidos, embora possa chegar à amputação. No circuito entre a mão esquerda e os pés, a passagem da mesma corrente pelo coração pode determinar fibrilação ventricular.
Duração da corrente: quanto maior a duração, maior o efeito, ou seja, maior a lesão.
Natureza da corrente: a corrente alternada é mais danosa do que a contínua de mesma intensidade, porque produz contrações musculares tetânicas que impedem a vítima de escapar do circuito e provocam sudorese, diminuindo a resistência da pele, aumentando o fluxo da corrente pelo corpo.
Lesões teciduais:
· DC- 10 Khz: destruição da membrana celular
· radiofreqüência (10Khz - 10 Mhz): coagulação de proteinas
· >10Mhz: a energia pode se transmitir sem gerar fluxo elétrico pelo organismo
· Microondas (10Mhz -10 Ghz: aquecimento dielétrico da água
· Energia luminosa e ionizante (>10.000.000.000.000.000 hz): BIOQUÍMICAS
Efeitos da corrente elétrica sobre o organismo:
· Queimaduras
· Fibrilação ventricular (baixa tensão)
· Parada cardiorespiratótia (alta tensão)
· Fraturas
Queimaduras
Por arco voltaico: podem ser observadas na superfície corporal exposta a um arco voltaico (quando um acidente estabelece uma voltagem tão intensa que a corrente elétrica flui pelo próprio ar, aquecendo-o e produzindo temperaturas de até 10 000° Celsius). Ocorre carbonização da pele e dos tecidos subjacentes.
Por chama: o aquecimento produzido pelo arco voltaico incendeia as roupas da vítima.
Por carbonização direta: a corrente elétrica promove o aquecimento dos tecidos da vítima, provocando coagulação e necrose. Observa-se áreas de queimadura nos pontos de entrada e saída da corrente elétrica, que podem ser pouco impressionantes. Entretanto, ao longo de todo o trajeto da corrente, encontram-se tecidos necrosados, especialmente músculos e vasos sangüíneos. A necrose de vasos leva a fenômenos trombóticos nas áreas antes irrigadas pelos vasos então necrosados (necroses à distância do trajeto).
Fibrilação Ventricular
Por lesão cardíaca direta.
Parada Cardiorespiratória
Por lesão dos centros vitais do bulbo do tronco encefálico.
Fraturas
Produzidas por espasmos musculares severos, quedas e colisões da vítima arremessada contra anteparos rígidos.
ATENDIMENTO
· Garantir a própria segurança e dos demais presentes na cena: não tocar a vítima antes de certificar de que o circuito elétrico esteja interrompido. Desligar a chave geral nos ambientes domiciliares e industriais. Chamar a companhia de energia elétrica nos acidentes em via pública. Se as vítimas estiverem dentro de veículo em contato com um cabo energizado, orientá-las para que lá permaneçam até a chegada dos técnicos da companhia de energia elétrica. Se há risco real de incêndio, desabamento ou explosão, orientá-las para saltar do veículo sem estabelecer contato simultâneo com a terra.
· Abordagem primária: garantir via aérea com controle cervical (pode haver fratura de coluna). Iniciar e manter SBV (na ausência de pulso arterial). SBV pode se prolongar – há registros de recuperação tardia, justificando a manutenção de SBV por pelo menos quatro horas.
· Abordagem secundária: curativos estéreis nas queimaduras, imobilização dos membros com fraturas suspeitas ou diagnosticadas.
· Remoção para o hospital.
Mais comuns no domicílio e o no local de trabalho, em contato com fontes comerciais de energia elétrica: 90% com homens de 20 a 34 anos; 7% das mortes por AT; amputações de extremidades
CONCEITOS BÁSICOS
A eletricidade é uma forma de energia que pode fluir entre dois pontos (corrente elétrica), desde que entre eles exista uma diferença de potencial elétrico, ou seja, desde que um deles esteja mais carregado de energia elétrica do que o outro. A corrente elétrica flui com maior facilidade através de materiais específicos (condutores) se houver um caminho completo para que se processe o fluxo (circuito). Se este é interrompido em qualquer ponto por um material não condutor (isolante), o fluxo da eletricidade não se processa. Se entre os dois pontos considerados não existir um condutor adequado, a corrente elétrica ainda assim poderá fluir, desde que a diferença de energia seja muito grande (o raio é uma descarga elétrica que cruza o ar, considerado isolante, quando se estabelece grande diferença de carga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e a terra).
São condutores a água, principalmente com eletrólitos diluídos, a maioria dos metais e os seres vivos. Nestes, a condutividade elétrica varia de tecido para tecido, sendo tão maior quanto maior seu teor de água (maior no sangue, nos músculos e nos nervos do que nos ossos e na pele – a pele úmida é boa condutora).
São isolantes o ar seco, a madeira seca, os plásticos, a borracha.
A terra, eletricamente nula em relação a qualquer fonte de energia elétrica, funciona como receptor de eletricidade. Qualquer fonte de eletricidade tende a se descarregar na terra, desde que com esta se estabeleça um circuito. Como exemplo, as recentes e graves lesões em operações de manutenção da rede elétrica viva e ao contrário, o pássaro pousado nos cabos eletrificados suspensos da rede elétrica, sem sofrer qualquer descarga elétrica.
A terra molhada funciona como um condutor. Assim, quando várias pessoas estão trabalhando com uma fonte de energia elétrica em região molhada pela chuva, um acidente envolvendo uma delas pode transferir a corrente elétrica às demais.
Eletroplessão/eletrocussão: morte ocorrida em conseqüência de descarga elétrica.
Alta tensão (voltagens acima de 220 V) e baixa tensão (igual ou abaixo de 220 V). Há correntes elétricas que sempre fluem num mesmo sentido (corrente contínua) e correntes que alternam seu sentido (corrente alternada).
Não existe fonte de eletricidade absolutamente inócua. Mesmo a baixa voltagem que alimenta as residências pode provocar um acidente fatal numa pessoa cuja resistência à eletricidade esteja diminuída, por exemplo, por estar com o corpo molhado.
BAIXA VOLTAGEM (<1000 V) grande risco de ELETROCUSSÃO por PC (contato prolongado - espasmo muscular) fluxo de eletrólitos transmite a corrente pelo corpo, gera calor e produtos químicos tóxicos
ALTA VOLTAGEM (>1000 V) lesões teciduais extensas; 3 - 4 % das internações por queimaduras
o arco elétrico atrai o corpo ao campo energético; altíssima temperatura (queimaduras ou ignição tecidual)
EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA SOBRE O ORGANISMO
Dependentes de vários fatores:
Condutividade dos tecidos corporais. Exemplo: uma pessoa molhada está sujeita a um acidente mais grave e até fatal, mesmo com baixa voltagem, porque a resistência de seu corpo diminui, o que permite uma corrente mais intensa circular por ela.
Intensidade da corrente: diretamente proporcional à voltagem ou à tensão (quanto maior a tensão, maior a corrente que circula no circuito) e inversamente proporcional à resistência oferecida pelo circuito (quanto maior a resistência, menor a corrente).
Circuito percorrido no corpo. Exemplo: no circuito de um a outro dedo da mesma mão, a lesão é limitada aos dedos envolvidos, embora possa chegar à amputação. No circuito entre a mão esquerda e os pés, a passagem da mesma corrente pelo coração pode determinar fibrilação ventricular.
Duração da corrente: quanto maior a duração, maior o efeito, ou seja, maior a lesão.
Natureza da corrente: a corrente alternada é mais danosa do que a contínua de mesma intensidade, porque produz contrações musculares tetânicas que impedem a vítima de escapar do circuito e provocam sudorese, diminuindo a resistência da pele, aumentando o fluxo da corrente pelo corpo.
Lesões teciduais:
· DC- 10 Khz: destruição da membrana celular
· radiofreqüência (10Khz - 10 Mhz): coagulação de proteinas
· >10Mhz: a energia pode se transmitir sem gerar fluxo elétrico pelo organismo
· Microondas (10Mhz -10 Ghz: aquecimento dielétrico da água
· Energia luminosa e ionizante (>10.000.000.000.000.000 hz): BIOQUÍMICAS
Efeitos da corrente elétrica sobre o organismo:
· Queimaduras
· Fibrilação ventricular (baixa tensão)
· Parada cardiorespiratótia (alta tensão)
· Fraturas
Queimaduras
Por arco voltaico: podem ser observadas na superfície corporal exposta a um arco voltaico (quando um acidente estabelece uma voltagem tão intensa que a corrente elétrica flui pelo próprio ar, aquecendo-o e produzindo temperaturas de até 10 000° Celsius). Ocorre carbonização da pele e dos tecidos subjacentes.
Por chama: o aquecimento produzido pelo arco voltaico incendeia as roupas da vítima.
Por carbonização direta: a corrente elétrica promove o aquecimento dos tecidos da vítima, provocando coagulação e necrose. Observa-se áreas de queimadura nos pontos de entrada e saída da corrente elétrica, que podem ser pouco impressionantes. Entretanto, ao longo de todo o trajeto da corrente, encontram-se tecidos necrosados, especialmente músculos e vasos sangüíneos. A necrose de vasos leva a fenômenos trombóticos nas áreas antes irrigadas pelos vasos então necrosados (necroses à distância do trajeto).
Fibrilação Ventricular
Por lesão cardíaca direta.
Parada Cardiorespiratória
Por lesão dos centros vitais do bulbo do tronco encefálico.
Fraturas
Produzidas por espasmos musculares severos, quedas e colisões da vítima arremessada contra anteparos rígidos.
ATENDIMENTO
· Garantir a própria segurança e dos demais presentes na cena: não tocar a vítima antes de certificar de que o circuito elétrico esteja interrompido. Desligar a chave geral nos ambientes domiciliares e industriais. Chamar a companhia de energia elétrica nos acidentes em via pública. Se as vítimas estiverem dentro de veículo em contato com um cabo energizado, orientá-las para que lá permaneçam até a chegada dos técnicos da companhia de energia elétrica. Se há risco real de incêndio, desabamento ou explosão, orientá-las para saltar do veículo sem estabelecer contato simultâneo com a terra.
· Abordagem primária: garantir via aérea com controle cervical (pode haver fratura de coluna). Iniciar e manter SBV (na ausência de pulso arterial). SBV pode se prolongar – há registros de recuperação tardia, justificando a manutenção de SBV por pelo menos quatro horas.
· Abordagem secundária: curativos estéreis nas queimaduras, imobilização dos membros com fraturas suspeitas ou diagnosticadas.
· Remoção para o hospital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário